Powered By Blogger

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Lord Byron em Lisboa - 1

Byron, destacado poeta britânico e uma das
 mais influentes figuras do Romantismo
Lord Byron nasceu em Londres a 22 de Janeiro de 1788. Estudou no colégio de Harrow e na Universidade de Cambridge. A publicação do seu primeiro livro de poemas "Horas de Ócio" surge em 1807. Em 1809 ocupou um lugar na Câmara dos Lordes e passou dois anos em Espanha, Portugal e Grécia. Em 1812 conquistou a fama com a publicação dos primeiros cantos de "Childe Harold", poema que narra as suas viagens pela Europa. Em 1818 deixa a Inglaterra e rumou a Génova. Entre os anos de 1816 e 1819 viveu em Veneza. Passou dois anos a percorrer a Itália, até 1821, quando se instala em Pisa. Fundou em 1822 a revista "The Liberal" com os poetas Percy Bysshe Shelley e Leigh Hunt. Quando lhe chegam notícias da rebelião dos gregos contra os turcos integrou-se nos insurgentes em julho de 1823 em Missolonghi. Faleceu (*) a 19 de Abril de 1824. 













No primeiro Canto do Poema "Childe Harold Pilmigrage", em 1812,  Byron dá voz literária às impressões colhidas, durante a sua passagem por Portugal, tres anos antes. "Oh! quantas maravilhas Lisboa a princípio nos revela! A sua imagem espelha-se nas águas do nobre Tejo, que a fantasia dos poetas cobre de areias de oiro e onde agora estão fundeados muitos navios poderosos, pois Albion aliou-se aos Lusitanos e acorreu em seu auxílio" (Childe Harold´s Pilgrimage", Canto I, Estrofe XVI).

Não obstante, esta primeira atitude favorável não parece ter durado muito. Os grupos de mendigos que importunavam os viajantes recém chegados, o aspecto pouco asseado de alguns transeuntes e os primeiros contactos com uma cidade que ainda não dispunha de estruturas sanitárias mínimas cedo indispuseram Byron contra os lisboetas, cujo pretenso orgulho e ignorância são objecto da sua invectiva:

"Quem entrar nesta cidade que, resplandecendo ao longe, parece celestial, vagueia pelas ruas decepcionado com tantas coisas desagradáveis aos olhos do forasteiro". ( Canto I Estrofe XVII de Chgilde Harold´s Pilmigrage).

Que terá levado Byron a entrar nesta aparente contradição? Se se indagar que espécie de convívio Byron terá tido com os habitantes de Lisboa, a resposta passa pela referência às visitas efectuadas aos conventos da  capital. Com efeito, o simples contacto com os transeuntes apenas pode ter dado ao poeta uma ideia sumária da variedade de tipos humanos que caracterizava a cidade: vendedores ambulantes apregoando em língua estranha, aguadeiros galegos que palmilhavam os empedrados sob o peso dos barris, soldados de guarnição que erravam por locandas, lojistas em bocejo pelas portas no tédio quente de Julho. Desconhecendo a língua portuguesa, à excepção de uma ou outra imprecação obscena que diz ter aprendido, Byron estava privado do instrumento de comunicação que lhe teria permitido formar uma opinião menos superficial dos lisboetas.


(*) Pela grande  influência da Grécia  no período Clássico, a "Revolução Grega" (1821 a 1829), contra o Império Otomano, adquiriu desde logo  uma grande simpatia por toda a Europa. 
Lord Byron passou algum tempo na Albânia e na Grécia angariando fundos e suprimentos a favor da revolução, mas faleceu de febre em Mesolongi em 1824. A sua morte teve muita repercussão na Europa acrescentando muito apoio à causa grega, influenciando, inclusivamente, a intervenção directa no conflito das potências ocidentais.


Voltaremos...

Sem comentários:

Enviar um comentário